Estão transcorridos dez minutos após o apito inicial do árbitro e subitamente começam a ecoar de um dos topos da cancha do River, cânticos estridentes, acompanhados do som emanado de robustos tambores. O estádio pára e os
hinchas (adeptos) dirigem todas as suas atenções para a
hinchada (claque), que está prestes a sair ruidosamente por um dos túneis de acesso às bancadas. Abruptamente são desfraldadas bandeiras descomunais e longas faixas alvas e vermelhas, conferindo um enérgico colorido.
É sempre assim e o momento em que a hinchada entra na
cancha é investido de uma carga simbólica impressionante e é convertido num ritual tribal.
Para recordar, aqui fica um dos cânticos, sempre apelando à rivalidade intestina entre River Plate e Boca Juniors:
Che bostero, mira que distinto somos,
Ustedes van con la yuta, nosotros viajamos solos.
Che bostero, que diferencia que hay,
Acá no hay banderas negras y la hinchada no se va!
Vos sos vigilante, esa es la verdad...
Venis custodiados al monumental!
Los pibes del River, a la Boca van...
Todos caminando, sin la federal.