quinta-feira, janeiro 05, 2006

Lobo-Marinho



Uma observação atenta e concentrada consegue vislumbrar o preciso momento em que a robusta orca rompe o azul da água, para, de um só golpe, abocanhar com precisão o jovem e incauto lobo-marinho que por ali se aventurava. Os momentos seguintes são medonhos mas carregados de um fascínio invulgar, não só do ponto de vista da reprodução natural, como também do sucesso inerente a um profundo processo de aprendizagem, consubstanciado no planeamento meticuloso de um trabalho em equipa. O grupo entra num frenesim inebriante pela captura, estilhaçando interiormente o animal, ainda com vida e em dilacerante agonia.

Talvez tenha perdido um momento destes por escassas semanas, altura em que as inexperientes crias de lobo-marinho se lançam ao mar sem um «plano b». Em todo o caso, foi-me relatado um episódio que ocorrera duas semanas antes, durante o qual foi avistado um grupo de 13 orcas que de empreitada atacou um cachalote juvenil, incapaz de resistir à caçada e às lesões internas, e impossibilitado de submergir até à abissal profundidade que conseguiria atingir em condições normais, sendo vítima de um afogamento.

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